Crítica | A Outra Forma - Uma história complexa que oferece a possibilidade de refletir sobre o valor da autenticidade.

Divulgação | Estúdio GIZ

Título La Otra Forma (Título original)
Ano produção2022
Dirigido por
Diego Guzmán
Estreia
12 de dezembro de 2024 (Brasil)
Duração 92 Minutos
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Animação - Ficção Científica 
País de Origem
Colômbia - Brasil
Sinopse

Em um futuro próximo, a humanidade cria um paraíso artificial quadrado, na superfície da Lua. Nele, só entra quem tem o aspecto físico - e o modo de pensar - quadrado. Para atingir essa forma, os indivíduos usam máquinas de “quadratização”: prensas, aparelhos corretivos e cirurgias que modelam seus corpos como cubos, e fecham suas mentes ao senso crítico. Pedro Prensa, um homem obcecado por se encaixar, enfrenta o dilema entre se converter em um quadrado ou liberar sua autêntica forma.

• Por Alisson Santos 
• Avaliação - 7/10

A co-produção Colômbia X Brasil “A Outra Forma” nos leva a um futuro distópico onde a humanidade constrói um paraíso quadrado e artificial na superfície da Lua, que só pode ser alcançado quando corpos e mentes adquirem formatos peculiares. Para isso, lançam mão de engrenagens, ferramentas, dispositivos corretivos e até cirurgias, que moldam seus corpos como cubos. Entre estas pessoas, há um cidadão, Pedro Prensa, que guarda internamente questionamentos de sua individualidade e o que poderia dar errado, na verdade, alavanca uma jornada particular e única.

Com uma abordagem inicial simples, "A Outra Forma" se transforma em uma estrutura bastante complexa, já que o filme não contém diálogos, o drama é impulsionado através de som e música, com uma animação grotescamente bonita e poucos personagens principais, o que ajuda embarcar o espectador na narrativa principal. Isto já foi visto em muitas produções. No entanto, seu diretor também encontra uma maneira de atualizá-los mergulhando na ficção científica hard, especificamente no domínio da distopia. Ao contrário de tantas produções deste tipo, não mostra uma comunidade condenada pelos seus governantes, mas sim uma onde nunca se sabe ao certo quem é o culpado pela catástrofe. Por um lado estão as autoridades, representadas por agentes da lei que vigiam os foguetes que serão lançados à Lua e nas sessões de terapia para quem falhou no processo. Do outro, há pessoas que se submetem a autênticos métodos de tortura com o único propósito de se enquadrarem, que idolatram aqueles que recorreram à extrema quadratura e que atacam quem é diferente. Você consegue notar essa metáfora com o mundo real?

Divulgação | Estúdio GIZ

É uma história cheia de angústias, pois fala de obsessão, do não pertencimento, de querer sair de um mundo que não é mais viável, de se machucar física e mentalmente para se enquadrar. É uma leitura da agitação cultural contemporânea e da difusão em massa de ideias, com a qual muitas pessoas podem se identificar. O difícil, nesse caso, é embarcar no aspecto estético e disperso da narrativa. Isso se deve ao estilo de animação que é um pouco grotesco, aparentemente, com o intuito de incomodar as pessoas e gerar ainda mais ansiedade. Porém, por ser um filme que exige muito esforço do espectador, consegue entreter e cumpre o que promete: uma história complexa e a possibilidade de refletir sobre o valor da autenticidade.

"A Outra Forma" estreia em 12 de dezembro nos cinemas nacionais.

Comentários

  1. Parece bastante interessante.

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  2. Cara, fiquei interessado.

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  3. Eu nem sabia que essa animação tinha envolvimento do Brasil.

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