Crítica | Todo Tempo Que Temos - É a visão do amor real, aquele que a morte é uma possibilidade mas a vida é sempre o ponto principal.
Divulgação | Imagem Filmes |
Título | We Live in Time (Título original) |
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Ano produção | 2023 |
Dirigido por | John Crowley |
Estreia | 31 de outubro de 2024 (Brasil) |
Duração | 104 Minutos |
Classificação | 14 - Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero | |
País de Origem | Estados Unidos |
Sinopse
As vidas de Almut (Florence Pugh), uma talentosa chef de cozinha, e Tobias (Andrew Garfield), um homem recém-divorciado, mudam para sempre quando eles se conhecem. Após um encontro inusitado, eles se apaixonam e constroem o lar e a família que sempre sonharam, até que uma verdade dolorosa põe à prova essa história de amor. Decididos a enfrentar as dificuldades, Almut e Tobias embarcam numa jornada emocionante, onde vão aprender que cada minuto conta quando estamos ao lado de quem amamos.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 8/10
Em "Todo Tempo Que Temos" o tempo é um quebra-cabeça que se transforma em momentos inesquecíveis. O filme, que conta uma história de amor em meio à possibilidade da tragédia, é brilhante ao analisar um ponto específico. Quão dolorosa é a ideia de memória em meio a um cenário de morte certa? Pode ser um ponto de vista muito profundo, ou muito complexo, até que o roteiro comece sua jornada cuidadosa e comovente em direção ao centro de sua história. É aí que esse romance azedo, destinado à dor, mas que se recusa a ser apenas amargo, encontra seus melhores momentos.
Almut (Florence Pugh) é uma chef premiada que se apaixona por Tobias (Andrew Garfield). A história deles é contada em fragmentos cuidadosos, que o roteiro reúne em três linhas do tempo. De uma cena no futuro, passamos para outra no passado e voltamos ao presente. Ao mesmo tempo, o amor parece unir, de forma dolorosa e brilhante, a vida deste casal cheio de esperança, disposto a lutar e, sem dúvida, com um olhar brilhante para o futuro. Assim, quando o infortúnio chega, e acontece, com dolorosa rapidez, a ideia sobre o futuro é transformada numa série de fios sobre as possibilidades do amor.
Como combater uma condição médica mortal? Como sobreviver à dor do amor em situação semelhante? O filme levanta questões fundamentais e embora não responda a todas, tem a ousadia de colocar ênfase na visão do dia a dia do seu casal protagonista. Este é um romance cheio de altos e baixos, de momentos de sofrimento voraz, mas também de rara beleza. No geral, "Todo Tempo Que Temos" analisa a ideia das possibilidades do tempo compartilhado, de como viver em meio ao terreno mutável dos infortúnios cotidianos.
Divulgação | Imagem Filmes |
A aparente desordem narrativa conecta um conjunto de premissas cada vez mais complexas sobre o que torna o amor sempre único e, a cada ocasião, uma experiência de vida completamente nova. Memórias, desejos e possibilidades se misturam enquanto Almut e Tobías constroem uma vida. Por um lado, vemos ela amadurecer, passar por sofrimentos físicos e depois tomar uma decisão difícil, mas corajosa. Por outro lado, Tobías é o seu companheiro, mas também o reflexo de toda essa viagem, brilhante e, no final, comovente por uma vida plena.
Se há algo surpreendente em "Todo Tempo Que Temos" é a sua capacidade de deixar claro que o amor se constrói passo a passo. Que surge, entre risos e lágrimas, na busca de consolo, nos silêncios, momentos íntimos, na alegria das pequenas e mínimas rotinas. Embora nem sempre consiga seu elaborado truque de narrar por fragmentos e tudo pareça mais desordenado do que envolvente, o filme avança elegantemente em direção a lugares familiares do romance, mas sob sua própria perspectiva. No final das contas, "Todo Tempo Que Temos" também é a soma de seus erros, por isso sua estranha cronologia nem sempre funciona e às vezes perde a lógica. Porém, mesmo assim, o filme mergulha nas emoções com uma fluidez que faz com que nada pareça deslocado ou, em todo caso, artificial.
"Todo Tempo Que Temos" é a visão do amor real, aquele que a morte é uma possibilidade mas a vida é sempre o ponto principal. É doloroso e por vezes cruel, mostrando a angústia da ausência e do que se perde, no meio de uma grande história de amor. Uma combinação cuidadosa que confere um uso brilhante da sua própria escuridão.
"Todo Tempo Que Temos" estreia dia 31 de outubro nos cinemas nacionais.
Escreve que é uma barbaridade.
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