Crítica | O Poço 2 - Como a maioria das sequências dos últimos tempos, o número de razões para a existência de "O Poço 2" é tão baixo quanto a quantidade de comida que chega ao nível final no sistema.

Divulgação | Netflix

TítuloThe Platform 2 (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porGalder Gaztelu-Urrutia
Estreia
04 de outubro de 2024 (Mundial)
Duração 145 Minutos
Classificação16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Suspense
País de Origem
Espanha
Sinopse

Após um líder misterioso impor sua própria lei em um sistema brutal de celas verticais, uma mulher luta contra um método bizarro de distribuição de comida.

• Por Alisson Santos 
• Avaliação - 4/10

Provavelmente não houve maior impacto da pandemia do que o longa espanhol “O Poço”. Naquele filme, os encarcerados, confinados em centenas de níveis de celas individuais de concreto enquanto aguardavam uma gigantesca placa flutuante de comida, não se sentiam muito diferentes da existência confinada que muitos experimentaram enquanto viviam o vírus. Está chovendo continuações! Embora nenhuma delas pareça ter o que é preciso para recriar a magia do filme original. "O Poço 2" não perde tempo em nos jogar bem no meio do fosso. Desta vez, parece haver uma ordem em vigor, em uma série de intercalações, somos mostrados como todos os presos escolhem seu prato favorito, espera-se que eles escolham apenas a comida que escolheram anteriormente ou troquem com alguém após seu consentimento. Mas, como todo sistema, alguns quebram as regras e uma série de incidentes nos fazem questionar se o sistema em vigor foi mesmo a decisão certa.

"O Poço 2", em uma tentativa de aproveitar a mitologia do original, retém alguns dos elementos que fizeram o primeiro filme se destacar. Para começar, o filme se move em uma velocidade alucinante e, como no primeiro filme, ajuda a superar a fadiga de assistir aos acontecimentos se desenrolarem dentro do fosso. E assim como o primeiro, a sequência adota a mesma abordagem pesada em relação ao seu simbolismo, se não mais. Como esperado, quando os moradores não seguem a regra, o sistema entra em colapso e os colegas de andar Perempuan (Milena Smit) e Zamiatin (Hovik Keuchkerian) são espectadores que são forçados a se envolver nessa metáfora para nossa sociedade. Eles eventualmente aprendem sobre 'os ungidos', aqueles 'sortudos o suficiente para conhecer o Mestre', que agora garantem que uma distribuição justa de alimentos seja mantida sob controle.

Divulgação | Netflix

As metáforas para questões do mundo real e as abordagens sobre capitalismo e religião são as ideias centrais sobre quais ambos os filmes foram construídos e a sequência exagera nelas. O filme tem referências flagrantes ao cristianismo, com o Mestre frequentemente chamado de Messias. Há até uma sequência em que Perempuan alucina uma imagem do Mestre no que parece uma recriação de A Última Ceia. Adicione a isso que a plataforma apresenta 333 níveis com 2 presos, somando um total geral dos infames 666. Abordagem aos pecados capitais. É uma verdadeira salada. A Netflix é especialista em criar essas produções que se acham mais inteligentes do que elas realmente são. Essas metáforas não funcionam para uma construção de mundo incisiva. Elas parecem alocadas ali, principalmente, para o filme se vender através de teorias na internet e ludibriar uma parte do público. Aprendam, se você precisa procurar informações adicionais do filme na internet, ele não funcionou, só é algo presunçoso. Por causa da inconsistência da história, você não consegue dizer o que o filme está argumentando. Não adianta você falar de sociedades teocráticas, se basear em cultos messiânicos e abordar fanastismo ideológico que elas praticam, se você não possui capacidade de desenvolver de forma eficaz o seu argumento.

A jornada de Perempuan de mera espectadora para se tornar uma cultista que se torna uma executora apenas para ir contra o sistema e acabar como uma rebelde é onde essa escrita talvez seja aceitável. O paralelo de sua vida fora da instalação com a forma como a arte literalmente imita sua vida no final do filme. Mas "O Poço 2" falha em se prolongar em seus melhores momentos e com personagens secundários que aparecem e desaparecem da trama, o filme não consegue construir uma conexão com seu público. Ao contrário de como o primeiro filme nos fez torcer por Goreng, a sequência falha em humanizar os personagens cujos motivos são supostamente não cair em seus instintos animais. A motivação dos ungidos para manter a ordem por meios violentos parece um conflito mais fácil do que cavar mais fundo na psique dos presos, o que o primeiro filme fez com louvor.

Como a maioria das sequências dos últimos tempos, o número de razões para a existência de "O Poço 2" é tão baixo quanto a quantidade de comida que chega ao nível final no sistema.

"O Poço 2" já está disponível na Netflix.

Comentários

  1. Entendi foi porra nenhuma desse filme. O gordão lá se matou, e você nem se importa, a mina perde o braço, você não se importa. O filme acaba, você não se importa.

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