Crítica | Maníaco do Parque - Na melhor das hipóteses, é um filme milagroso, coloquei para assistir e meu tio cadeirante levantou para desligar.

Divulgação | Prime Video

TítuloManíaco do Parque (Título original)
Ano produção2023
Dirigido por
Mauricio Eça
Estreia
18 de outubro de 2024 (Brasil)
Duração 103 Minutos
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Suspense - Drama
País de Origem
Brasil
Sinopse

Baseado em fatos reais. Uma jovem jornalista ávida por um artigo que mudará sua carreira entra em rota de colisão com um violento assassino: o Maníaco do Parque.

• Por Alisson Santos 
• Avaliação - 3/10

Focando em um dos assassinos em série mais perigosos do Brasil, "Maníaco do Parque" tenta colocar as mulheres em um conto emocionante de assassinato e caos, só tenta. Bom, por onde começar, o filme é deplorável. Eu acho até louvável essa tentativa de não focar no assassino em si, mas o filme, por sua vez, não consegue te prender, por grandes pedaços do tempo de execução, parece chato e desconexo, pois o enredo não sabe no que quer se concentrar.

O enredo de Elena (Giovanna Grigio) é malfeito e a incapacidade do filme de realmente focar se quer ou não mostrar o lado ruim do jornalismo é uma tarefa e tanto de assistir. O filme quer vender o argumento que essa personagem entende que jornalismo não é sobre sensacionalismo, mas sobre seguir a ética. No entanto, tanto Elena quanto o filme acabam falando da boca para fora sobre as vítimas. Seus sentimentos sobre elas são retratados por meio de cenas breves e pouco inspiradoras dela gritando sozinha em seu apartamento, enquanto "Maníaco de Parque" simplesmente observa os sofredores como tolos, dando origem a imagens de tortura superficiais. No meio disso, ele também mostra nossa protagonista como uma estrela, alguém que pode fazer o impossível antes de literalmente qualquer outra pessoa de alguma forma, mas não entrega isso com o vigor que você esperaria que uma jornalista tão excepcionalmente talentosa tivesse. Resumindo, Elena é uma personagem chata, tentando sair da sombra de seu pai, mas não tendo nada para mostrar além disso. Eu não vejo sentido na criação dessa personagem ficcional. Podem até usar o argumento para o desenvolvimento dessa trama de gato versus rato, ela servindo de contraponto para o mal, mas é insustentável. O cinema nacional ainda está engatinhando no gênero true crime, isso cria essa necessidade de sempre adicionarem uma história de redenção em meio a psicopatia desses assassinos, para de alguma forma tentar validar uma realidade utópica.

Divulgação | Prime Video

O filme surpreendentemente mostra todas as vítimas como sendo bastante burras e ingênuas, seguindo os passos de Francisco sem pensar duas vezes, como se hipnotizadas por seus encantos que não vemos. Verdadeiramente, é um enigma de assistir porque o homem simplesmente tendo a conversa mais mediana parece funcionar como uma isca para as vítimas e é um pouco insultuoso assistir isso se desenrolar em um filme onde a personagem de Elena existe simultaneamente. O ritmo também é outro problema, embora tente ser um filme com um ritmo acelerado, "Maníaco do Parque" tropeça nas suas próprias pernas.

No entanto, direi que Silvero Pereira é realmente bom e sua atuação é arrepiante. Espero que ele consiga melhores trabalhos no futuro. Porque o roteiro de "Maníaco do Parque" torna tudo o que você vê na tela inconsequente. É um filme, como eu posso dizer, mecanizado demais de "Primeiro isso aconteceu, depois isso aconteceu, depois isso aconteceu". O Mauricio Eça não gosta de sensacionalismo, então ele decide contar sua história de forma direta. Mas isso apenas resulta em indiferença do espectador. "Maníaco do Parque", na melhor das hipóteses, serve como um lembrete de que Francisco poderá ser libertado sob fiança em 2028. Mas o filme, infelizmente, é tão esquecível que podemos acabar precisando de outro lembrete no futuro.

"Maníaco do Parque" já está disponível no Prime Video.

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