Crítica | Arca de Noé - É um lembrete de que, embora o visual possa deslumbrar, é o elemento humano que torna uma história memorável.
Título | Arca de Noé (Título original) |
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Ano produção | 2023 |
Dirigido por | Sérgio Machado e Alois Di Leo |
Estreia | 07 de novembro de 2024 (Brasil) |
Duração | 95 Minutos |
Classificação | L - Livre para todos os públicos |
Gênero | |
País de Origem | Brasil |
Sinopse
Vini e Tom são dois ratos boémios inspirados em Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Depois de, acidentalmente, testemunharem o momento em queDeus confia a Noé a tarefa de acolher apenas um casal de cada espécie para a sua arca, os dois amigos encontram uma maneira de embarcar juntos nesta aventura.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 4/10
Tom (Marcelo Adnet), um guitarrista talentoso e pragmático, e Vini (Rodrigo Santoro), um poeta romântico e sonhador, são uma dupla carismática e caótica de ratos. Quando o grande dilúvio se aproxima, apenas um macho e uma fêmea de cada espécie são permitidos na "Arca de Noé". Tom consegue entrar, mas Vini fica para fora e conta com a ajuda de uma barata engenhosa (Gregorio Duvivier) e a boa sorte do destino para se juntar ao amigo. Durante a viagem, brigas por território e alimentos se instauram, deixando os animais mais fortes contra os mais fracos. Surge a ideia de um concurso de música, que vira o maior objetivo de todos eles e que faz Tom e Vini, os verdadeiros músicos dali, se destacarem e serem requisitados.
A "Arca de Noé" se afasta totalmente da história bíblica, é bom você já saber disso. Vou começar pelos pontos positivos, o contexto da música é funcional, é uma arma para derrotar a tirania das feras mais fortes, carnívoros, sobre os humildes e mansos. Dado que as músicas são muito presentes no cotidiano infantil até hoje, os números são memoráveis culturalmente para nós. A animação é perfeitamente adequada, é colorida, feliz, puro suco do Brasil. Mas o destaque, particularmente em minha visão, é sua representação da arca, dos animais e do dilúvio. A arca em si é uma estrutura de madeira maciça, trazida à vida com detalhes notáveis. As cenas envolvendo os animais embarcando na arca são um banquete visual, exibindo uma gama diversificada de espécies de uma maneira que parece majestosa. A sequência do dilúvio é outro destaque, com a água engolfando o mundo de uma maneira assustadoramente realista.
Logo fica claro que o diretor do filme, Sérgio Machado, está empregando uma abordagem humorística para fazer pontos éticos sobre as mudanças climáticas e questionamentos teológicos. Uma jovem até critica a falta de "LGBTQIA+" de Deus, perguntando se o Criador está "fora de si" quando se trata de confinar somente machos e fêmeas, eu entendo essa abordagem, mas o filme não consegue equilibrar suas raízes religiosas com as sensibilidades modernas, isso causa um resultado catastrófico. Ao ponto de parecer uma simples levantada de uma pauta progressista, sem qualquer coesão com o contexto. Eu pergunto, para conversar com quem? Visto que é um filme infantil com classificação livre. E "Arca de Noé" exagera na relevância contemporânea. Personagens falam de selfies, falam em linguagem neutra, falam de deixar like, falam de TikTok, seguidores. Com todo respeito, eu até entendo essa escolha por uma linguagem jovial, mas não é funcional para o contexto da história contada aqui. O roteiro funciona de forma direta, mas não tem a profundidade e a nuance que poderiam ter elevado o nível filme. O diálogo muitas vezes é ridículo, especialmente durante os momentos mais dramáticos.
Divulgação | Imagem Filmes |
O ritmo do filme também é terrível. Com mais de uma hora e meia, "Arca de Noé" é extremamente chato em diversos momentos, particularmente no primeiro ato, onde a construção do dilúvio demora mais do que o necessário. Uma vez que o dilúvio começa, o ritmo do filme ganha força, mas o início lento pode testar a paciência de alguns espectadores, principalmente das crianças. O foco do roteiro no desastre geralmente vem às custas do desenvolvimento do personagem, deixando o núcleo emocional da história vazio.
O elenco de voz de "Arca de Noé" é repleto de atores brasileiros experientes que entregam performances aceitáveis, pois o roteiro não lhes dá muito espaço para brilhar. Infelizmente, os personagens em si parecem subdesenvolvidos, com pouca exploração de seus conflitos internos ou motivações, tornando todos esquecíveis. Essa falta de profundidade pode deixar alguns espectadores se sentindo desconectados da tentativa de humanizar esses animais.
Embora seja, sem dúvida, bonito visualmente, "Arca de Noé" não chega a se tornar a experiência profunda e emocionalmente ressonante que poderia ter sido. Para os pequenos, talvez funcione. É um filme colorido o suficiente para encantar. No entanto, os pais que levarão seus filhos, claramente notarão os problemas maiores do filme. "Arca de Noé" é um lembrete de que, embora o visual possa deslumbrar, é o elemento humano que torna uma história memorável.
"Arca de Noé" estreia em 7 de novembro nos cinemas nacionais.
"Depois de 1 hora, eu já tava rezando pela extinção deles!" Eu jamais vou esquecer isso kkkkkkkkkk
ResponderExcluirA menina lacrando Deus do nada hahaha
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