Crítica | O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (2° Temporada) - Episódio 4

Divulgação | Prime Video

TítuloThe Lord of the Rings: The Rings of Power (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porPatrick McKay e Charlotte Brändström
Estreia
29 de agosto de 2024 (Mundial)
Duração 8 Episódios
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Fantasia - Aventura - Ação
País de Origem
Estados Unidos 
Sinopse

Esta temporada mostra o aguardado Cerco de Eregion, uma batalha importante na história de J.R.R. Tolkien da Segunda Era da Terra Média, da qual nem todos saem vivos. Os estandartes são erguidos e a devastadora guerra contra Sauron está apenas começando. 

• Por Alisson Santos 
• Avaliação - 6/10

Um dos problemas com "O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder", é que muitas das tramas são isoladas umas das outras, e algumas são mais divertidas do que outras. Meus personagens favoritos são os anões. Eles parecem mais humanos do que todos os outros, incluindo os humanos. Eles lutam, fazem as pazes, brincam, trabalham e riem. Estou emocionalmente envolvido neles. Também gostei da trama de Celebrimbor com Sauron, e toda essa manipulação do elfo artesão. Agora que sabemos que Sauron é Sauron, podemos aproveitar sua vilania exagerada. Nenhum desses personagens aparecem neste episódio, e aquelas que aparecem levam seu doce tempo para encontrar algo interessante para fazer. 

Deus me ajude, mas acho muito difícil me importar com Isildur, Arondir, Theo e a novata Estrid. Parte do problema é que todas essas pessoas parecem ter a mesma personalidade. Não sei, sinto que elas precisam de algo para distingui-las umas das outras, porque já estou farto de todas elas olhando seriamente para o nada falando sobre dever e destino.

Theo está desaparecido após os últimos episódios, então Isildur e Arondir saem procurando por ele. Eles trazem Astrid, que é revelada como... eu acho que uma antiga seguidora de Adar, embora seja difícil saber se isso foi por escolha. A marca na parte de trás do pescoço parece ser prova suficiente para seus companheiros de que ela tem maldade em mente, então ela é algemada e arrastada pela floresta. Antes disso, ela e Isildur estavam em um momento de aproximação. Eu sinto que o série está me pedindo para me envolver no relacionamento deles sem me preocupar em transformar nenhum deles em personagens interessantes primeiro.

De qualquer forma, eles finalmente encontram Theo, que foi feito prisioneiro por uma Ent furiosa (aquela mesma raça do Barbárvore), porque alguém estava cortando as árvores na floresta. Isso está mais ou menos de acordo com os temas ambientais das histórias na trilogia 'O Senhor dos Anéis' de J. R. R. Tolkien, mas não é apresentado com profundidade. A série segue em frente com a certeza de que os superfãs conseguiram ver uma Ent, isso basta.  

Theo também não quer se juntar a Arondir em qualquer coisa que ele tenha planejado a seguir por... alguma razão que eu sinto que deveria saber, mas não sei. A única parte dessa trama que eu realmente gostei foi quando Arondir e Isildur são sugados para um pântano por um monstro gigante e Astrid os ajuda a sair. A ação é divertida e o medo de se afogar em um pântano mágico é forte o suficiente para cortar o tédio.

O episódio também nos leva a Galadriel, Elrond e seu grupo de mensageiros élficos. Os elfos são tão rígidos e sem graça quanto os humanos. Eles estão tentando chegar a Eregion para avisar Celebrimbor sobre Sauron, mas não conseguem porque a ponte está quebrada. Eles cortam uma floresta e lutam contra alguns espíritos malignos. Alguém morre no processo. Lágrimas são derramadas...mas é muito engessado e sem emoção. Eles encontram um bando de orcs e Galadriel dá seu anel de poder a Elrond para que ela possa ficar para trás e lutar contra eles, dando tempo para seus companheiros escaparem. Então Adar, que aparentemente está marchando esses orcs para Eregion para erradicar Sauron, ganha alguns minutinhos de tela.

Divulgação | Prime Video 

Estou resumindo esses eventos com tanta paixão quanto foi assisti-los. Os mortos-vivos parecem legais, mas tem que haver mais motivos para uma cena de ação do que isso. A ponte estar quebrada parecia uma maneira de prolongar a jornada, e quanto a Galadriel e Adar... acho que é melhor esperar a próxima semana.

Minhas partes favoritas do episódio aconteceram no deserto de Rhûn, onde o Estranho, Nori e Poppy foram separados no final do último episódio. Nori e Poppy ainda estão juntas e encontram um grupo de halflings que vivem no deserto, chamados Stoors. Assim como os anões, os Stoors dessa série têm personalidade e podem até saber como se divertir. Gostei de assistir Nori e Poppy conversando para visitar a vila Stoor, gostei do ancião ditando as regras e gostei de Poppy e um Stoor flertando um com o outro, apenas para Nori interromper e quebrar o feitiço.

O melhor momento do episódio acontece quando o ancião Stoor preenche alguns pedaços da tradição halfling para Nori. Parece que todos os halflings podem ter vivido nesta área em algum momento, mas um partiu para encontrar uma terra mais hospitaleira. Gerações depois, aquela seita de halflings ainda está vagando. E isso me envolveu, principalmente quando ela diz: "Não temos um lar". Este enredo integra efetivamente essa ideia de tradição, personagem, enredo e emoção. Mais desse tipo de coisa, por favor. 

Sim, tem um cara por aqui conhecido como o Mago Sombrio, aparentemente o mesmo cara que está tentando capturar o Estranho desde a primeira temporada. Isso é um absurdo. A tradição em torno dos bruxos é bem estabelecida e isso não é, mesmo que dê aos produtores o máximo de margem de manobra possível. Mas como alguém que quer aproveitar esse série, eu meio que gosto da ideia do mago barbudo e seus pequenos companheiros lutando contra o bruxo perverso do leste. Por que não?

Dito isso, a série está dificultando para mim esquecer o quanto ele vai contra o que Tolkien escreveu ao introduzir Tom Bombadil, que acolhe o Estranho para talvez instruí-lo nos caminhos da magia. Tom é um personagem secundário de 'A Sociedade do Anel' que geralmente é deixado de fora das adaptações por não impactar o enredo de forma alguma, então mesmo fazê-lo fazer algo tão pequeno quanto apontar o Estranho na direção certa, vai contra seu legado literário.

Esse é o problema que espero que os fãs dos livros tenham com Tom, aquele personagem que conhecemos de 'O Senhor dos Anéis' nunca se interessaria tanto pelo mundo em geral. Enquanto isso, as pessoas que não o conhecem podem se perguntar por que um completo coadjuvante está de repente no centro dessa importante história. Não sei se há uma vantagem em incluí-lo. Para finalizar, gostei de algumas coisas no episódio, mas principalmente fiquei entediado.

O quarto episódio de "O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder", já está disponível no Prime Video.

Comentários

  1. Muita coerente suas análises e pelo menos não usa jargões imbecis de nerdola.

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  2. Pra mim a série está sendo conduzida muito bem, e o ritmo ao meu ver é bem esperado, a inspiração nos filmes de Senhor dos Aneis é absolutamente bem feita, acredito que se os filmes fossem lançados hoje, alguém como o autor da crítica achariam muito entediante. O que é atrativo para pessoas assim? Filmes da Marvel? Achei o episódio bem poético e profundo, com ação na medida e um desenvolvimento intrigante, assim como deve ser. Contudo, devo concordar que o arco de Isildur é o elo mais fraco desta composição até agora. Nota: 8/10

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    Respostas
    1. Fabrício Oliveira06 setembro, 2024 11:23

      Porra, nada a ver. O episódio 4 da chega a ser ridículo em vários momentos. Parece que entregaram a direção a algum estudante de cinema pra fazer um estágio. O Senhor dos Anéis merecia mais. Gostaria disso não é diferente de quem gosta de algo da Marvel.

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    2. Questão de opinião, Fabrício. E na minha você está absolutamente errado, concordo com o cara aí de cima. Não apreciar o episódio denota falta de conhecimento técnico, você pode reclamar de qualquer coisa, menos da cinematografia da série e em especial desse episódio, volte a assistir Friends e derivados que é mais compatível com tua visão.

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    3. Fabrício Oliveira06 setembro, 2024 16:05

      E gostar só por questões técnicas mostra seu completo desconhecimento sobres aspectos narrativos e de direção (que minha reclamação).

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    4. Fabrício Oliveira06 setembro, 2024 16:11

      Porque minha reclamação não tem absolutamente nada a ver com isso, tecnicamente é lindo, fotografia, montagem, maquiagem, efeitos, mas narrativamente não funciona pra mim e muito por conta da direção que é amadora. E só você ver o currículo que dirigiu esse episódio, isso responde por mim.

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