Crítica | MaXXXine - Talvez essa estrela brilhe por pouco tempo, mas ela de fato está gravada na calçada da fama de nossa memória.

Divulgação | Universal Pictures

TítuloMaXXXine (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porTi West
Estreia
11 de julho de 2024 (Brasil)
Duração 104 Minutos
Classificação18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero
Terror - Suspense - Slasher
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Na década de 1980, em Hollywood, a estrela do cinema pornográfico Maxine Minx tem sua grande chance de atingir o estrelato. No entanto, um misterioso assassino em série persegue as celebridades de Los Angeles e um rastro de sangue ameaça revelar o passado sinistro de Maxine.

• Por Daniel Pereira 
• Avaliação - 7/10

Facilmente um dos filmes mais aguardados do ano, no que diz respeito ao gênero de terror/slasher/suspense. Alguns já devem ter uma opinião formada, podem dizer que é um filme superestimado, mas após essa experiência não posso negar que esteja fascinado por Maxine Minx, e entendo o motivo de Mia Goth ser tão aclamada. Embora seja um pouco dificultoso imaginá-la em um papel fora deste núcleo, mas considerando sua versatilidade como atriz, posso garantir que ela tem muito para mostrar. MaXXXine tem uma atmosfera que permite um círculo de continuidade com seus antecessores, mantendo um ritmo agradável e que traz de fato a experiência de um filme dos anos 80. É divertido como parece que estamos vendo um filme dentro de um filme, trazendo uma sensação nostálgica que não é incômoda, pois flui de uma maneira natural e com toques de sutileza.

Neste terceiro filme somos inseridos na história de Maxine Minx, nossa grande estrela que não é tão radiante assim, pelo menos não de início. Afinal, todos em Hollywood precisam começar de baixo e nossa querida protagonista não difere, uma aspirante a atriz que sonha com a grandeza. Infelizmente para começar de um ponto, Maxine teve que se aventurar na indústria pornográfica, onde construiu seu nome, mas o tempo passa e ela sabia que precisava ir além. A experiência de ver a protagonista lutando contra o tempo em busca de uma única e última chance é intrigante, pois mostra uma face da indústria que muitos já conhecem e às vezes permanece esquecida. No entanto, a aposta da nossa queridinha acaba dando certo quando sua chance de fato chega em suas mãos, por intermédio da audaciosa Elizabeth Bender (Elizabeth Debicki), uma rigorosa diretora determinada a marcar seu nome na indústria, assim como acontece com tantas mulheres atualmente.

Divulgação | Universal Pictures

O filme de fato começa a caminhar quando o passado de Maxine volta para lhe atormentar, e podemos ver traços de medo nos olhos da protagonista, mas ainda assim um desejo de lutar por aquilo que merece. Esses sentimentos são um dos pontos mais interessantes da obra, e de maneira natural o que em certos momentos instiga tensão, facilmente se torna um momento de humor. Por falar em humor, não poderia deixar de elogiar a atuação fantástica de Kevin Bacon, e afirmo que amei odiar seu personagem, pois sua atuação é tão convincente que parece induzir o telespectador a socar sua face. Mas também traz um retrato bem claro dos limites que as pessoas podem cruzar por dinheiro, ou simplesmente por gostarem de ser a figura que persegue e instiga medo, mesmo que isso possa ocorrer de maneira cômica.

Para um filme que se vende como terror/suspense/slasher, confesso que em momento algum senti algum medo e posso contar nos dedos de uma mão, os momentos em que me senti tenso, mas esses dados momentos de tensão valeram a pena. Os assassinatos que propositalmente parecem falsos, assim como em filmes na década de 80 foi uma das coisas que mais amei no filme. Ver aquelas cenas era divertido, mas ainda deixava a sensação de que faltava algo. Apesar de sua atuação exemplar, Mia Goth parecia estar contida sob a pele de Maxine, e isso ficava cada vez mais evidente em suas cenas com Elizabeth Debicki. A presença de Debicki é simplesmente esmagadora, com poucas palavras sua personagem é tão real e tão autêntica que poderia passar horas assistindo sua performance. Outro grande destaque está na atuação de Giancarlo Esposito que conseguiu entregar um personagem cativante, e com toda certeza gostaria de ser agenciado por ele. Porém, apesar de ter grandes nomes no elenco, a participação da grande maioria chega a ser tão curta, que poderia esquecer que estiveram presentes ali.

Divulgação | Universal Pictures

As referências e os clichês que esperamos de um filme dos anos 80 se fazem presentes, e trazem riqueza ao desenvolvimento da história. Em relação ao ato final do filme, confesso que me trouxe um sentimento de estranheza, e de certa forma um incômodo, mas foi curioso ver uma abordagem sobre o fanatismo religioso. A típica conversa de que a TV está capturando seus filhos, e o diabo está entrando em suas casas, acaba por se tornar um retrato dos tempos passados, assim como os falsos exorcismos que costumavam acontecer. Hollywood de fato possui seus próprios demônios, mas definitivamente eles não estão em televisões, mas sim atrás das grandes cadeiras de couro.

Sendo sincero sobre o que penso em relação a Maxine Minx, eu a amei e em determinados momentos quis fazer o que ela teve coragem de fazer, ter sua audácia e ser visceral para chegar ao topo. Mas essa história não parece ser tão marcante quanto seus antecessores, encare como um flashback, ele é necessário, mas apenas para entender um pequeno trecho. MaXXXine é uma experiência, mas poderia ter sido muito mais. Talvez essa estrela brilhe por pouco tempo, mas ela de fato está gravada na calçada da fama de nossa memória.

MaXXXine estreia em 11 de julho nos cinemas nacionais, mas já terá algumas sessões antecipadas pelo Brasil a partir desta quinta-feira (04).

Comentários

  1. Liliane Cristina02 julho, 2024 09:02

    Eu nem sabia das sessões antecipadas. Por que a Universal Pictures não divulgou isso nas redes?

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  2. Esse eu faço questão de ir assistir.

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  3. Thiago Expedito02 julho, 2024 20:24

    Só aumenta a vontade de veeeeeeer!

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