Crítica | Mergulho Noturno - Se perde em águas turvas e poluídas, se tornando apenas mais uma história que irá se afogar nas profundezas de um mergulho.
Divulgação | Universal Pictures |
Título | Night Swin (Título original) |
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Ano produção | 2022 |
Dirigido por | Bryce McGuire |
Estreia | 18 de janeiro de 2024 (Brasil) |
Duração | 98 Minutos |
Classificação | 14 - Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero | |
País de Origem | Estados Unidos |
Sinopse
Uma icônica piscina no quintal se torna uma fonte oculta de terror.
• Por Daniel Pereira
• Avaliação - 3/10
O mais novo filme de terror que inaugura o mês de janeiro promete trazer horror, e despertar medos que todos já conheceram algum dia, afinal em algum momento o medo do afogamento é real na vida de muitos. Infelizmente essa promessa se desfaz mais rápido do que papel em água, e o horror, e suspense que era esperado parecem não dar as caras durante o decorrer do filme. A história de Mergulho Noturno começa com o tradicional clichê já visto em outros filmes, uma criança desaparecendo nos primeiros minutos, e um salto no tempo com uma nova família de mudança para a casa onde houve o suposto desaparecimento. Apenas por seguir essa linha de raciocínio, o filme já não consegue ser surpreendente, afinal essa história já foi contada tantas vezes que parece haver falta de criatividade. Basicamente é como estar em círculo vicioso e apesar dos esforços, ninguém parece ser capaz de pensar em algo realmente novo.
A ideia de um filme sobre uma piscina assombrada não parece ser algo que apetece a primeira vista, e isso já deveria servir como parâmetro para construir uma ideia que realmente pudesse ser surpreendente. Notoriamente não é isso que acontece, e durante o decorrer do filme somos arrastados por uma narrativa cansativa, e que apesar de tentar apostar nos famosos "jumpscare", tudo acaba sendo tão previsível que causa mais irritação do que um verdadeiro susto. O ritmo lento do filme e a falta de ação são extremamente prejudiciais, e os verdadeiros momentos que recebemos um pouco de ação são tão curtos, que mau podemos apreciar e novamente somos jogados em mais uma cena tediosa. Os personagens são extremamente mal aproveitados e o desenvolvimento é quase nulo, de modo que seja uma tarefa árdua se conectar com qualquer um deles, apesar do grandioso esforço do elenco inserido no núcleo principal da trama.
Divulgação | Universal Pictures |
Falando diretamente de um aspecto "positivo" do filme, posso destacar apenas o empenho do elenco em entregar algo aceitável, apesar do roteiro não lhes ajudar em nada os forçando a tentar tirar leite de pedra. Determinados momentos que deveriam servir para trazer um pouco de drama, acabam por não causar qualquer efeito no telespectador, de modo que para despertar o sentimento de empatia seria necessário forçar muito ou simplesmente mentir. Os efeitos especiais e maquiagem que são trabalhados nas cenas mais intensas podem ser descritos em uma única palavra, descartáveis. As criaturas que aparecem parecem ter sido tiradas de um desenho animado, e facilmente poderiam ser comparadas com um gráfico de PlayStation 2. Honestamente os efeitos aplicados no personagem de Wyatt Russell, conseguem ser inferiores a trabalhos que vemos em clipes de música POP.
O ato final até mesmo se esforça para ser promissor, mas é apenas isso, um esforço em vão em uma história sem qualquer aprofundamento. Informações que o público realmente desejaria saber são deixadas de lado, e são tantas pontas soltas na história que seria necessária muita linha para consertar esses retalhos. Talvez se o filme apostasse em uma trajetória mais sangrenta poderia ter sido mais interessante, mas a tentativa de construir a narrativa em torno de um conto místico sem origem certa, acaba por ser um verdadeiro desperdício de tempo. Contando com um final totalmente esquecível e decepcionante, Mergulho Noturno se perde em águas turvas e poluídas, se tornando apenas mais uma história que irá se afogar nas profundezas de um mergulho.
O que poderia dar errado em um filme de piscina assombrada?
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